O que você vai ver:
Você já ouviu falar sobre endometriose intestinal? Ela ocorre quando o tecido endometrial acaba se espessando, crescendo e indo para o intestino. O problema é que esse quadro pode interferir no funcionamento do intestino, causando dores realmente intensas, quadros de diarreia e outros sintomas que veremos a seguir.
Sintomas da endometriose intestinal
Os sintomas desse quadro são muito parecidos com os de outras doenças que acometem o intestino, o que pode dificultar o diagnóstico. O que talvez diferencie um pouco é o fato de que eles se tornam mais intensos no período menstrual. Esses são:
- Dor na parte de baixo do abdômen;
- Alteração no hábito intestinal, podendo ocorrer episódios de prisão de ventre e principalmente diarreia frequente;
- Dor abdominal intensa;
- Dor, pressão e dificuldade para evacuar;
- Dor e desconforto maiores durante a menstruação;
- Dor abdominal no momento do ato sexual;
- Sangramento nas fezes;
- E em casos mais graves pode acontecer até mesmo um estreitamento e uma obstrução parcial do intestino.
Causas
Para entendermos as possíveis causas de endometriose intestinal, vamos entender primeiro do que se trata a endometriose.
Então vamos lá! A endometriose é uma disfunção do organismo feminino, onde ao invés de as células do endométrio serem eliminadas no sangue durante a menstruação (o que é o normal), elas vão em sentido contrário, podendo cair nos ovários ou na cavidade abdominal, onde se multiplicam novamente.
Estando na cavidade abdominal essas células podem atingir a parede intestinal, causando então a endometriose intestinal.
Ela pode ocorrer em até 30% das mulheres com endometriose profunda, quadro em que o tecido do endométrio se espessa por mais de 5 milímetros na pelve.
O desequilíbrio de estrogênio pode também ser um fator para o aparecimento da endometriose e consequentemente a endometriose intestinal.
Ainda um dos fatores que aumentam as chances da mulher desenvolver endometriose intestinal é o fator genético.
Apesar de não ter causas muito bem conhecidas, existem indícios que cirurgias feitas no útero podem acabar ocasionando o espalhamento de células endometriais na cavidade abdominal, afetando o intestino e ocasionando em endometriose intestinal.
Diagnóstico
O diagnóstico da endometriose intestinal não é muito simples, já que as mulheres associam desconfortos abdominais ao período menstrual, mesmo quando eles são muitos, frequentes e persistentes. O que pode fazer com que a mulher sofra por anos e anos sem saber do que se trata.
Vale destacar mais uma vez que a endometriose intestinal pode ser também facilmente confundida com outros problemas intestinais, principalmente com a Síndrome do intestino irritável, já que seus sintomas são muito parecidos.
Um ponto para ficar atenta, é que é muito comum que os sintomas da endometriose intestinal se agravem no período menstrual. Porém a endometriose pode ser até mesmo assintomática, podendo ser detectada por meio de exames de rotina que são capazes de detectá-la.
Os exames utilizados para fazer o diagnóstico da endometriose intestinal são: colonoscopia, ultrassom transvaginal, videolaparoscopia, tomografia computadorizada e outros. Visando excluir também outras doenças intestinais para obter um diagnóstico mais preciso.
A endometriose intestinal pode ser superficial, que é quando as células endometriais são encontradas na porção mais externa do intestino. E também pode ser profunda, que é quando existem células endometriais também na porção mais interna do intestino.
Tratamento da endometriose intestinal
O tratamento da endometriose intestinal pode ser feito por ginecologistas, gastroenterologistas e coloproctologistas, dependendo do estágio da doença e do tipo de tratamento necessário.
Quando a endometriose intestinal é superficial o tratamento pode ser feito somente por meio de medicamentos, principalmente os que suspendem a menstruação. Uma vez que estes já são capazes de reduzir consideravelmente os sintomas.
Porém quando ela é profunda os sintomas costumam ser mais intensos e constantes, podendo ser necessária a realização de cirurgia para a retirada do tecido endometrial que está no intestino. A cirurgia na maioria das vezes é pequena e não muito invasiva, podendo ser feita por meio de laparoscopia.
Mesmo depois da cirurgia o acompanhamento médico deve permanecer para controlar a recuperação e impedir o retorno da doença. Podendo ser necessário o uso de anti-inflamatórios, tratamentos anticoncepcionais hormonais e outros.
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