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O que causa a gordura no fígado e quais os sintomas?

Muita gente já ouviu falar sobre gordura no fígado, mas você sabe dizer o que causa a gordura no fígado e quais seus sintomas? A esteatose hepática, mais conhecida como gordura no fígado, se trata de um quadro onde há o acúmulo anormal de gordura no órgão, e se não tratado pode evoluir para doenças mais sérias como por exemplo, a esteato-hepatite, hepatite gordurosa, cirrose hepática, e até mesmo o câncer no fígado.

O problema é que a doença em seu grau mais leve não apresenta sintomas significativos e por isso seu diagnóstico pode demorar. Geralmente é nos quadros intermediários que os sintomas como: dor abdominal, cansaço, fraqueza, e outros começam a surgir.

O que é gordura no fígado?

Como dissemos há pouco, a gordura no fígado, nome popular da esteatose hepática, é uma doença caracterizada por um acúmulo de gordura acima do normal no mesmo, mais que 5%. Ela é uma doença muito comum, que atinge cerca de 20% a 30% da população mundial e até 75 a 80% dos obesos, segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia.

O fígado é um órgão essencial com diversas funções no organismo, mais de 500! Entre estas funções estão: produzir proteínas, metabolizar gorduras, glicose e muito mais. Por isso os problemas associados ao órgão não podem ser negligenciados.

A esteatose hepática quando não tratada corretamente pode levar a quadros mais severos como os que citamos no início do nosso artigo e causar inclusive insuficiência hepática. Em casos muito severos decorrentes da doença, pode ser necessário até mesmo um transplante de fígado.

O que causa a gordura no fígado?

A esteatose hepática pode ser alcoólica e não alcoólica. No caso da alcoólica a doença é causada por um consumo excessivo de álcool constante ou ainda esporádico.

Já no caso da não alcoólica, o que causa a gordura no fígado (esteatose) são hábitos alimentares ruins e estilo de vida não saudável. Mas vários fatores podem levar ao acúmulo de gordura no fígado, tais como:

  • Sedentarismo;
  • Sobrepeso, obesidade e/ou alterações bruscas no peso;
  • Diabetes;
  • Níveis de colesterol e triglicérides descontrolados;
  • Pressão alta;
  • Fatores genéticos;
  • Alimentação muito rica em gorduras ruins e principalmente carboidratos;
  • Uso de medicamentos como: corticoides, hormonais e outros;
  • Inflamações crônicas no fígado;
  • E até mesmo a gravidez.

Pessoas que estão acima do peso e fazem a ingestão de bebidas alcoólica, tem maior risco de desenvolver esteatose hepática. Assim com mulheres, devido ao fato de o estrógeno facilitar o acúmulo de gordura no fígado.

Outros distúrbios aumentam também as chances de desenvolver esteatose hepática, tais como: síndrome metabólica, síndrome do ovário policístico, hipotireoidismo, acúmulo de gordura na região do abdômen e apneia.

Sintomas de gordura no fígado?

Como vimos em grau leve a esteatose hepática não causa sintomas significativos. Já nos quadros intermediários, de acordo com o Ministério da Saúde, a pessoa pode apresentar:

  • Cansaço e fraqueza;
  • Perda de apetite;
  • Dor de cabeça;
  • Dor abdominal;
  • Fígado aumentado;
  • E inchaço na barriga.

Já nos quadros mais severos, os sintomas são:

  • Icterícia, que é caracterizada pela pele e olhos amarelados;
  • Fezes sem cor;
  • Aumento brusco no volume do abdômen e acúmulo anormal de líquido dentro do mesmo;
  • Hemorragias;
  • Queda no número de plaquetas;
  • Mudanças na coagulação sanguínea;
  • Inchaço na região inferior do corpo;
  • Doenças no encéfalo;
  • Alteração nos padrões de sono;
  • Fadiga e confusão mental.

Diagnóstico

O diagnóstico da esteatose hepática pode ser feito por um hepatologista, gastroenterologista ou até mesmo clínico geral, por meio de exames laboratoriais e também de imagem. Ou em alguns casos até mesmo pode ser necessária uma biópsia.

Quanto antes for detectada a doença menor o risco de agravamento, por isso pessoas mais propensas à doença devem acompanhar de perto sua saúde e realizar exames periódicos.

Em exames de imagem mais específicos, como a elastografia transitória, é possível detectar o grau de gordura no fígado. Sendo que estes são:

Grau 1 (leve)

No grau 1 existe um acúmulo ainda pequeno de gordura no fígado. Nesse caso ainda não costumam surgir sintomas. Geralmente é descoberto em exames de rotina.

Grau 2

No grau 2 o acúmulo é considerado moderado. Nesse caso geralmente há uma inflamação no fígado, além disso pode ocorrer inchaço e dor no abdômen.

Grau 3

Já no grau 3 há um grande acúmulo de gordura no fígado. Também chamado de fibrose hepática, nesse caso há lesões e cicatrizes no órgão e nos vasos sanguíneos próximos a ele.

Grau 4

O que é chamado de grau 4 é na verdade a cirrose hepática. Quadro mais grave da doença. Nesse caso há alterações realmente significativas no fígado, no tamanho (geralmente diminuição) e na forma. Costuma ocorrer após anos de inflamações, e é nesse momento que ocorrem alterações no funcionamento do fígado, podendo ocorrer até mesmo falência hepática.

Como tratar a esteatose hepática?

O tratamento para esteatose hepática vai variar de acordo com o grau e também com as causas prováveis da doença. Porém de modo geral algumas técnicas são adotadas, tais como: mudança de estilo de vida para um mais saudável, com alimentação adequada, principalmente com redução significativa do consumo de carboidratos e práticas de exercícios físicos. No caso da esteatose hepática alcoólica deve ser extinguido o consumo de bebida alcoólica.

Alguns medicamentos também são comumente utilizados para ajudar no tratamento da esteatose, tais como: a vitamina E; medicamentos utilizados por diabéticos no controle da glicemia, como por exemplo a metformina e outros; medicamentos utilizados para o controle do peso; e até mesmo ômega 3.

Porém esses medicamentos são auxiliares, e tudo vai depender da causa e do grau da esteatose. Por isso vale ressaltar que ainda assim a mudança de hábitos é imprescindível.

Se o tratamento for feito corretamente, o paciente pode regredir ou estabilizar o seu quadro, mesmo no caso dos graus intermediários ou mais severos. Quanto antes o diagnóstico for feito melhor será o controle e as chances de regressão da doença.

Como prevenir a gordura no fígado?

O que causa gordura no fígado são sobretudo os fatores alimentares e de estilo de vida não saudáveis. Por isso, uma boa alimentação, rica em fibras e outros nutrientes e baixa em carboidratos (principalmente os simples), e gorduras ruins, além da prática constante de exercícios físicos são os principais pilares para prevenir a esteatose hepática.

Do mesmo modo, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e controlar o peso também contribui muito para evitar o aparecimento do quadro.

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